domingo, 18 de janeiro de 2004

Deprê...

Sou uma pessoa com tendencias ao isolamento, me distancio das pessoas sempre que tenho problemas e tento resolvê-los sozinha. Isto me confere característas depressivas.
Tenho esta fase de quando em vez mas, embora não sejam frequentes, têm acontecido com maior frequencia há medida que o tempo passa. Não sei se é por estar ficando velha e não ter construído nada, se é pela proximidade da morte de pessoas queridas ou qualquer outro motivo que me foge ao pensamento.
Hoje me encontro em uma destas crises, me achando a mulher mais horrível do mundo, uma profissional de merda que nunca deveria ter saído de debaixo das asas do padrinho (dono de indústria farmacêutica - minha área de trabalho) e uma filha pior ainda. Sei que estas situações são frutos das minhas escolhas e não acho que exista caminho certo ou errado, todos eles são caminhos que terão seu lado bom e seu lado ruim.
Ter saído de casa por um lado foi a melhor coisa que eu podia ter feito para o me crescimento pessoal, aprendi a me virar sozinha em muitas coisas e a assumir responsabilidades que serão necessárias para uma futura vida à dois. Quanto ao lado profissional, confesso que não tive o retorno que eu esperava e continuo insatizfeita com a minha trajetória. Sinto que tenho de estudar mas, ao mesmo tempo não tenho o dinheiro necessário para tal e nem de onde tirar (principalmente hoje, sem emprego). Me sinto perdia em meio a um ciclone ou maremoto (que se adequa mais ao meu estilo), não importa o quanto eu lute pra sair, quando estou perto da borda ele me draga de volta. Nunca me senti tão insegura profissionalmente quanto estou agora.
Este ano vai ser um ano difícil pra mim em todos os sentidos, não tenho nenhum emprego em vista e alguns acontecimentos vão forçar a antecipação de atitudes muito importantes. A única vantagem vai ser estar com o meu amor, embora o tempo dele para mim este ano também seja reduzido em prol de um futuro melhor para nós. Só o meu lado afetivo se sente protegido e completo, de resto me sinto o resto do resto, lixo do lixo.
Queria ter o poder de adiantar o tempo para que as coisas fossem menos doloridas. Queria ter pelo menos a esperança de arrumar um emprego que fosse definitivo, seguro, em poudo tempo. Mas até isso já me avisaram que só final de fevereiro... Será que eu aguento até lá?
Pra ajudar no meu altíssimo astral, uma visita pro meu pai... Uma prima q tem a mesma síndrome gentética do que ele, em estágio mais avançado. Me pego pensando se este vai ser o meu futuro, se carrego os mesmos genes. Antes que perguntem, não, não existe nenhum teste pra descobrir se eu tenho o gene e não tem nada que eu possa fazer para evitar. É uma doença rara, ainda sem padrão definido e muito menos com causas determinadas. Mais uma vez, só me resta senar e esperar o caminho ser revelado.
Não quero voltar pro Rio, mas também não quero ficar longe do meu amor nem permanecer na casa dos meus pais. Preciso de um canto meu, onde tenha realmente a liberdade de fazer as coisas do jeito que eu gosto, do meu modo. Hoje divido um apartamento que há muito tempo deixou de ser meu, deixei de ter vontade de fazer qualquer coisa lá dentro. Preciso da minha casa... Na verdade, preciso da nossa casa...

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