sexta-feira, 11 de outubro de 2002

ALMAS PERFUMADAS

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso, numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro
e a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende a ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus,
de banho de mar quando a águe é quente e o céu azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são visíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com gozo de quem não liga para isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza!
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria, recebendo um buquê de carinhos, abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com o solhos, os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalento que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos, Deus está conosco, juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande, que nem menino arteiro.

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